O Ministério Público do Tocantins instaurou um procedimento preparatório para apurar possíveis irregularidades envolvendo o time Bela Vista, de Cachoeirinha, após o recebimento de informações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre dois atletas com histórico de suspeita de manipulação de competições esportivas.
A investigação foi iniciada a partir da Notícia de Fato nº 2025.0000855, instaurada em 23 de janeiro de 2025, e prorrogada por 90 dias. O procedimento atual, publicado oficialmente no dia 8 de junho, é conduzido pela Promotoria de Justiça de Ananás e visa verificar elementos que justifiquem o aprofundamento da apuração. O documento cita como base legal artigos da Constituição Federal, da Lei Orgânica do Ministério Público, da Lei da Ação Civil Pública e da Resolução CSMP nº 005/2018.
O caso teve origem após a Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro (UIFB-CBF), vinculada à CBF, comunicar a contratação de dois jogadores pelo Instituto Bela Vista Futebol Cachoeirense, nome oficial do clube de Cachoeirinha. Segundo a CBF, os atletas Bruno Coelho Rosa e Alexandre Batista Damaceno aparecem em monitoramentos do sistema "Passaporte do Futebol" como relacionados a 19 e 13 partidas suspeitas, respectivamente.
De acordo com documentos enviados ao Ministério Público, os atletas foram contratados pelo clube em 19 de janeiro deste ano, ambos com salários de R$ 1.518,00. Ainda segundo o clube, Alexandre Damaceno teve o contrato rescindido em 14 de fevereiro, de forma consensual. Nenhum dos dois chegou a disputar partidas oficiais pelo Bela Vista.
O MP requisitou informações complementares à própria UIFB-CBF, à Delegacia da Polícia Federal, à Federação Tocantinense de Futebol e ao Instituto Bela Vista. Os prazos para resposta ainda estão em aberto. A promotoria também determinou a juntada das certidões de antecedentes criminais dos dois atletas e do presidente do clube, Fabion Vieira da Silva.
O procedimento preparatório é uma fase inicial da investigação, de caráter facultativo e unilateral, que visa reunir elementos mínimos para eventual instauração de inquérito civil. Entre as suspeitas investigadas estão a possível prática de crimes contra a incerteza do resultado esportivo e eventual ligação com esquemas de apostas.
A promotora de Justiça responsável pelo caso é Isadora Sampaio Mendonça. O processo segue em andamento e novas diligências podem ser adotadas conforme o avanço das apurações.