Era uma vez em Campestre,
não num conto de ilusão,
mas num enredo de manchetes
e promessas em contramão.
Valmir, homem de muitos títulos,
voz firme e passado de poder,
caiu no laço da dúvida
que só o coração pode tecer.
Entre duas mulheres caminhava,
sem saber bem onde pisava.
De um lado, a lembrança do lar,
do outro, a paixão que instigava.
A notícia veio como raio:
uma briga, uma denúncia, confusão.
E Valmir, até então livre,
foi parar sob detenção.
A Justiça agiu com cautela,
pesando fatos e versões.
Liberdade concedida,
mas com duras restrições.
Nada de contatos, nem olhares,
nem mensagens disfarçadas.
A lei impôs o silêncio,
onde antes havia palavras cruzadas.
Nos bastidores, o orgulho ferido,
de quem diz que não volta mais.
Mas o eco da ruptura
ronda os becos emocionais.
Valmir, agora no centro do furacão,
tenta manter-se em pé.
Entre o passado que cobra,
e o presente que dá nó no que é.
Parece viver, aos olhos do povo,
a velha sina das canções:
um personagem real, encarnando
"um homem dividido entre duas paixões".
Não há aqui vilões ou mocinhas,
só escolhas mal costuradas.
E um homem que, por dividir demais,
acabou com as mãos amarradas.
A crônica termina assim,
sem sentença ou solução.
Pois quando o amor vira batalha,
quem perde é sempre o coração.