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Vice-prefeita é afastada após denúncia de usar verba da Saúde para pagar ritual de amarração amorosa

Juliana Maria Teixeira da Costa, vice-prefeita de Ribeira (SP), afastada por suspeita de desviar R$ 41,2 mil da Saúde para pagar ritual de amarração amorosa.

A vice-prefeita de Ribeira, no interior de São Paulo, Juliana Maria Teixeira da Costa, de 42 anos, foi denunciada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por supostamente utilizar recursos públicos destinados à saúde para contratar uma mãe de santo e realizar um ritual de “casamento espiritual” com fins amorosos. Segundo a promotoria, o valor pago chegou a R$ 41,2 mil, desviados do Fundo Municipal de Saúde.

Juliana, que também exercia o cargo de secretária municipal de Saúde desde 2020, é acusada de peculato, associação criminosa, fraude à licitação, uso de documento falso e falsidade ideológica. Além dela, foram denunciados Lauro Olegário da Silva Filho, coordenador municipal de Saúde e técnico de enfermagem, e William Felipe da Silva, dono da empresa W.F. da Silva Treinamentos, que teria sido usada para viabilizar o repasse à mãe de santo.

De acordo com a investigação conduzida pelo promotor Renan Mendes Rodríguez, o trio teria fraudado licitações e utilizado notas fiscais falsas para simular serviços médicos inexistentes. O pagamento referente à nota fraudada foi autorizado pela prefeitura apenas 12 minutos após sua emissão, e o dinheiro acabou transferido a uma terceira pessoa sem vínculo com a área da saúde. Prints divulgados nas redes sociais e a denúncia de um vereador indicam que o repasse foi direcionado à “Mentora Samantha”, que teria confirmado ter sido contratada por Juliana para realizar um ritual destinado a afastar Lauro da esposa e iniciar um relacionamento com ele.

A Justiça de Apiaí determinou o afastamento imediato de Juliana dos cargos de vice-prefeita e secretária municipal de Saúde, assim como de Lauro dos postos que ocupava na coordenação da saúde e como técnico de enfermagem. Além disso, foram impostas restrições como proibição de entrada em prédios da prefeitura, contato com testemunhas, mudanças de endereço sem comunicação prévia e viagens longas sem autorização judicial.

Também foi ordenada a suspensão de todos os contratos da Prefeitura de Ribeira com a W.F. da Silva Treinamentos Ltda. e a proibição de novas contratações até que a Justiça decida de forma definitiva sobre o caso.

Juliana nasceu em Jaguariaíva (PR), é divorciada, mãe de dois filhos e formada em Assistência Social. Filiada ao MDB, entrou para a política inspirada no pai, que também foi secretário de Saúde e vice-prefeito de Itapirapuã Paulista. Em 2020, integrou a chapa do atual prefeito Ari do Carmos Santos (PSD) e se tornou a primeira mulher a ocupar a vice-prefeitura de Ribeira, acumulando a chefia da Saúde e do Gabinete.

O MP-SP pede que os denunciados sejam responsabilizados e que haja ressarcimento mínimo de R$ 41,2 mil aos cofres públicos. A Prefeitura de Ribeira e a mãe de santo citada não responderam até a última atualização. O advogado de William, Yuri Amaral Nazareth, afirmou que seu cliente está colaborando e que as relações com Juliana e Lauro eram apenas profissionais.

Com pouco mais de três mil habitantes, Ribeira é a cidade menos populosa do Vale do Ribeira, com a maioria da população vivendo na zona rural e transporte público limitado.

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