O Ministério Público do Tocantins (MPTO) obteve a condenação de Vanilson Alves dos Santos a 12 anos, um mês e seis dias de reclusão, em regime inicialmente fechado, pela tentativa de feminicídio de sua ex-companheira. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri da Comarca de Tocantinópolis, no último dia 4 de novembro. A acusação foi conduzida pelo promotor de Justiça Charles Miranda Santos.
O Conselho de Sentença acolheu integralmente as teses apresentadas pelo Ministério Público, reconhecendo que o crime foi cometido por razões da condição de sexo feminino, caracterizando o feminicídio, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na sentença, a Justiça também fixou indenização de R$ 50 mil por danos morais em favor da vítima. O juiz negou ao réu o direito de recorrer em liberdade, determinando a manutenção da prisão preventiva para garantir a aplicação da lei penal. Ainda cabe recurso da decisão.
O crime ocorreu em 21 de fevereiro de 2016, em um povoado na zona rural de Tocantinópolis. Segundo a denúncia do MPTO, Vanilson não aceitava o término do relacionamento com a ex-companheira, com quem teve um filho, e já havia feito ameaças afirmando que “preferia vê-la morta a vê-la com outra pessoa”.
Na madrugada do crime, ele amolou uma faca com o pretexto de descascar uma laranja e esperou a mulher adormecer em uma rede, enquanto ela amamentava a filha de outro relacionamento, uma bebê recém-nascida. De forma covarde, golpeou a cabeça da vítima com um pedaço de pau, fazendo-a cair no chão. Em seguida, a atacou com diversos golpes de faca, dizendo que mataria também a criança.
A mulher, mesmo ferida, conseguiu proteger a filha com o próprio corpo e fugir do local. O agressor ainda a perseguiu de motocicleta, tentando atropelá-la, mas a vítima conseguiu chegar à casa do pai e pedir socorro.
De acordo com o laudo pericial, a mulher sofreu sete ferimentos e ficou com deformidades permanentes em razão da violência.