O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu com ataques diretos às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o acusou de ter viajado aos Estados Unidos para evitar a prisão de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em uma publicação nesta sexta-feira (11/7), Eduardo afirmou que Lula só chegou à Presidência com ajuda do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e disparou: “Sem Moraes, Lula seria apenas isso aí, um bêbado da rua cujas opiniões ninguém se importa”.
A declaração, feita na rede social X (antigo Twitter), veio após Lula acusar Bolsonaro de ter mandado o filho aos EUA para “implorar” por sua liberdade junto ao ex-presidente Donald Trump. No vídeo compartilhado por Eduardo — com legendas em português e inglês — Lula ironiza: “A coisa mandou o filho que era deputado se afastar da Câmara para ficar pedindo: ‘Trump, pelo amor de Deus, solta meu pai’”.
O parlamentar, um dos filhos mais ativos de Bolsonaro na política, também reiterou que sua atuação nos Estados Unidos foi focada em pedir sanções ao ministro Alexandre de Moraes, e não contra o Brasil. “Apesar de Lula ter contribuído para esse caos, o verdadeiro responsável pelas tarifas é Moraes”, escreveu.
Desde que Donald Trump impôs novas tarifas sobre produtos brasileiros, Eduardo vem defendendo a medida como consequência de sua atuação internacional e do suposto autoritarismo do STF. Em uma das publicações recentes, ele agradeceu diretamente a Trump e pediu a aplicação da Lei Magnitsky — que permite a imposição de sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de corrupção e violações de direitos humanos.
As declarações de Eduardo vêm em meio ao acirramento de tensões entre o governo Lula e figuras ligadas à família Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes é relator de diversos inquéritos que atingem diretamente o ex-presidente, seus filhos e aliados — incluindo investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Reação política
Após as falas de Eduardo, o líder do PT na Câmara apresentou um pedido de prisão preventiva contra o deputado licenciado, alegando que ele estaria promovendo ataques às instituições democráticas e instigando sanções estrangeiras contra autoridades nacionais.
Enquanto isso, o governo brasileiro tenta reverter os impactos das tarifas norte-americanas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu com representantes da embaixada dos EUA para buscar diálogo e alternativas. Em nível diplomático, Lula também respondeu ao anúncio das tarifas com críticas severas a Trump, afirmando que o ex-presidente dos EUA “não é xerife do mundo” e que está “mal informado”.
A escalada de atritos entre o Executivo brasileiro e autoridades estrangeiras reforça a polarização que segue acirrada no país, especialmente com a aproximação das eleições municipais e o julgamento de Bolsonaro no STF.
