A ponte que liga Xambioá, no Tocantins, a São Geraldo do Araguaia, no Pará, já foi inaugurada e está oficialmente liberada para o tráfego desde a cerimônia realizada nesta terça-feira (18), que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A abertura definitiva da estrutura encerrou as operações históricas de travessia por balsa no rio Araguaia, serviço mantido por décadas pelo Grupo PIPES.
Pedro Iran, proprietário do grupo e responsável pela operação das balsas no trecho, acompanhou a inauguração e reconheceu que a obra representa um avanço aguardado “há muito tempo” pela população dos dois estados. Segundo ele, a ponte traz benefícios diretos para quem dependia da travessia diária e deve facilitar o fluxo de cargas e passageiros na BR-153.
Com o início da circulação de veículos pela nova estrutura, a última travessia fluvial ocorreu nesta terça-feira. Pedro Iran explicou que o fim da operação no Araguaia obriga a empresa a ajustar toda a sua estrutura interna, o que inclui a demissão de funcionários. Ele afirmou que mais de 80 colaboradores devem ser desligados, número que engloba tanto os trabalhadores diretamente envolvidos na operação das balsas, como pilotos das balsas e os operadores dos cabos de aço responsáveis pela atracação, quanto profissionais responsáveis pela manutenção das embarcações e pelo suporte administrativo.
Segundo o empresário, entre os profissionais afetados estão mecânicos, soldadores, eletricistas, contadores, torneiros mecânicos e equipes técnicas que garantiam o funcionamento contínuo da travessia. Ele disse que alguns trabalhadores considerados essenciais serão realocados para outros portos operados pelo Grupo PIPES, mas reconheceu que a maior parte será demitida em razão do encerramento das atividades no Araguaia.
Ao ser questionado sobre o destino final das balsas, Pedro Iran afirmou que ainda não há uma definição e que a empresa buscará alternativas para realocar as embarcações. Ele resumiu que pretende “procurar um rumo” para o equipamento após o encerramento definitivo da operação.
A liberação da ponte marca o fim de uma etapa histórica para a região, que durante décadas dependeu das balsas para fazer a ligação entre Tocantins e Pará, e inicia uma nova fase logística para quem trafega pela BR-153. Para a PIPES, porém, o momento representa uma transição profunda, com impacto direto no quadro de funcionários após o fim da travessia fluvial.
