Rádio Toc City
no ar

Operários da construção da ponte de Estreito entram em greve novamente

Trabalhadores reunidos no canteiro de obras da ponte de Estreito durante paralisação por divergências no pagamento.

Menos de dois meses antes do prazo previsto para a conclusão da nova ponte que liga o Tocantins ao Maranhão, os operários responsáveis pela construção decidiram cruzar os braços nesta quarta-feira (5), interrompendo novamente as atividades nos canteiros de obras de Estreito e Aguiarnópolis. A paralisação atinge frentes de trabalho nos dois lados do rio Tocantins, tanto no lado maranhense quanto no tocantinense.

De acordo com os trabalhadores, o motivo da nova paralisação está relacionado a divergências nos valores repassados pela empresa responsável pela obra. Embora o pagamento tenha sido efetuado, muitos afirmam que o valor recebido ficou abaixo do esperado, especialmente no saldo de produção. O impasse teria se agravado após várias tentativas de negociação sem sucesso entre os operários e representantes do consórcio.

Os trabalhadores também denunciam que o consórcio não estaria cumprindo integralmente as obrigações trabalhistas, reivindicando o pagamento correto das horas extras, reajuste salarial e adicional por insalubridade. Segundo eles, o problema vem se repetindo desde o início da obra e já havia motivado outra paralisação em agosto deste ano, quando também houve reclamações sobre atrasos e inconsistências salariais.

A nova interrupção ocorre em um momento crítico da execução, já que o cronograma previa a entrega da ponte até dezembro. O temor é que o impasse provoque atrasos na conclusão dos trabalhos e na liberação definitiva da estrutura, considerada essencial para restabelecer o tráfego direto entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO). Desde o desabamento da antiga ponte Juscelino Kubitschek, em dezembro de 2024, o transporte entre os estados tem sido feito por balsas, o que causa longas filas e eleva os custos de deslocamento e frete.

O empreendimento é conduzido pelo consórcio formado pelas empresas A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Ltda., contratado emergencialmente pelo governo federal por cerca de R$ 171,9 milhões, após o colapso da antiga estrutura. Até o momento, o consórcio não se manifestou oficialmente sobre a nova paralisação e as reclamações apresentadas pelos operários.

Caso a greve persista, há risco de novo impacto no cronograma e possível adiamento da entrega da ponte, prevista inicialmente para o fim de 2025.


Postagem Anterior Próxima Postagem