A Polícia Militar avançou nas buscas pelos criminosos que mantiveram o gerente do Bradesco de Porto Franco e a família dele como reféns. Na noite desta segunda-feira (1º), três suspeitos foram presos em Estreito, após a polícia identificar que o grupo havia se escondido em uma residência na cidade. O terceiro membro da quadrilha conseguiu fugir do cerco polícial, mas foi preso horas depois pela Guarda Municipal de Estreito.
As investigações apontam que o líder do bando é natural de Araguaína, no norte do Tocantins, e seria o responsável por articular toda a ação criminosa, desde o sequestro da família até a tentativa de extorsão na agência. Já os outros dois, são moradores de Estreito. A polícia apreendeu dois veículos e três revólveres que estavam no interior da residência usada como esconderijo. As armas passarão por perícia para identificar procedência, possíveis adulterações e eventual relação com outros crimes na região.
A operação que resultou nas prisões foi desencadeada após denúncias sobre movimentações suspeitas em uma casa de Estreito. A moradora do imóvel — uma mulher que estava acompanhada de crianças pequenas — terá que prestar depoimento para esclarecer se ofereceu ajuda ao grupo ou se apenas estava presente no local sem envolvimento direto. Uma pessoa, cujo nome não foi divulgado, também teria colaborado com o refúgio dos suspeitos.
Durante a abordagem, o líder do grupo foi baleado, o que dificultou sua fuga e facilitou a captura. O segundo suspeito foi detido logo em seguida. Ambos foram levados para a Delegacia de Polícia Civil de Porto Franco, onde permanecem sob custódia. O SAMU foi acionado e prestou atendimento médico ao líder ferido. Um inquérito já foi instaurado para aprofundar a investigação, que agora apura a participação de outros possíveis envolvidos no planejamento ou na fuga da quadrilha.
As prisões ocorrem no mesmo dia em que Porto Franco viveu horas de tensão. No início da tarde, a equipe antibombas enviada de São Luís confirmou que o artefato preso ao corpo do gerente era apenas um simulacro. Mesmo falso, o dispositivo havia sido montado para simular alto poder destrutivo, deixando o bancário sob forte ameaça enquanto era obrigado a seguir as ordens impostas pelos criminosos.
O comandante do CPAI-3, Tenente-Coronel Emerson, acompanhou a operação e informou que o gerente foi levado à delegacia para detalhar a ação criminosa. A área em torno do banco permaneceu isolada durante toda a tarde, enquanto a equipe antibombas desmontava o objeto preso ao corpo da vítima e verificava que não havia outros dispositivos na agência.
O crime seguiu o método conhecido como “sapatinho”, quando familiares são levados à força para coagir funcionários de instituições financeiras. Os três filhos do gerente, de 18, 13 e 9 anos, foram sequestrados e levados para um cativeiro na zona rural de Porto Franco. Eles conseguiram escapar após os criminosos fugirem ao perceber o avanço policial e foram ajudados por um motociclista que os levou à delegacia. As crianças estão bem e recebem acompanhamento das autoridades.
Com três integrantes do grupo presos, a Polícia Civil trabalha para identificar quem deu suporte logístico ao grupo desde o início da ação até a fuga. Equipes permanecem distribuídas em pontos estratégicos de Porto Franco, Estreito e cidades vizinhas.
