O senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo Lula no Senado, adquiriu uma fazenda no valor de R$ 15 milhões em Matões do Norte, município mais pobre do Maranhão, com PIB per capita de apenas R$ 5,7 mil e população estimada em 18 mil habitantes. O valor da propriedade é três vezes maior que o patrimônio declarado pelo senador nas eleições de 2022, que era de R$ 4,2 milhões.
A fazenda, administrada pela DJ Agropecuária familiar e voltada à pecuária, ocupa 837 hectares — área equivalente a cerca de 2 mil campos de futebol —, inclui um casarão de dois andares, igarapé interno e uma pista de pouso recém-construída, mesmo sem o senador possuir aeronaves próprias. O investimento privado na propriedade supera integralmente o orçamento municipal de saúde de 2024, que foi fixado em R$ 13,8 milhões, evidenciando a discrepância entre luxo particular e carência pública na região.
Matões do Norte apresenta condições de extrema vulnerabilidade econômica, com renda média anual per capita inferior à metade do salário mínimo nacional. Por outro lado, o valor gasto na fazenda representa o equivalente a mais de 2.600 anos do PIB médio individual do município. Em setembro de 2024, Rocha quitou R$ 140 mil em ITBI pela aquisição, utilizando recursos bancários, e segue regularizando áreas adicionais, o que levanta suspeitas sobre a origem dos recursos diante de seu salário senatorial líquido de R$ 29 mil mensais.
Além da propriedade rural, o senador adquiriu, em abril de 2025, um apartamento de R$ 1,2 milhão no Jardim Paulista, em São Paulo, com 250 m², parcelado em três vezes. A DJ Agropecuária é gerida por um contador ligado ao lobista conhecido como “Careca do INSS”, investigado por fraudes, e Rocha tem utilizado jatinhos com frequência no estado. Em nota, ele afirmou que suas declarações fiscais estão regulares e dentro da lei.
