A divulgação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre uma operação realizada no interior do Tocantins, onde fiscais percorreram quase 10 mil quilômetros para verificar o funcionamento de orelhões em áreas rurais, gerou uma enxurrada de críticas e ironias nas redes sociais. O que foi apresentado pela agência como um esforço para garantir a comunicação em regiões remotas acabou virando motivo de piada entre internautas, que classificaram a medida como ultrapassada e desconectada da realidade tecnológica atual.
Nos comentários, muitos questionaram o gasto de mais de R$ 30 mil em diárias e transporte para fiscalizar aparelhos que, em várias cidades, já não são utilizados pela população. Para muitos, a ação representa desperdício de dinheiro público. “Dinheiro do contribuinte indo pro ralo”, criticou um usuário. Outro internauta ironizou: “Ninguém mais usa isso. Deviam gastar essa energia de fiscalização para garantir sinal de celular em todo lugar”.
A desconfiança sobre a relevância da medida foi generalizada. Enquanto alguns apontaram que em 2025 a prioridade deveria ser ampliar o acesso ao 4G e 5G em regiões sem cobertura, outros lembraram que alternativas modernas, como a internet via satélite da Starlink, poderiam resolver a falta de conectividade em áreas isoladas. “Não era melhor liberar a Starlink pra ter internet em áreas remotas?”, questionou um seguidor.
Outros comentários reforçaram o tom de deboche: “Eu pensei que era um meme kkkkk”, disse um usuário. “Seria uma notícia maravilhosa, em 2002”, completou outro. Houve ainda quem relacionasse a fiscalização à possibilidade de contratos milionários, afirmando que a manutenção desses aparelhos gera interesse econômico e político. “Como pode, na era que a gente está vivendo hoje, o estado sustentar um projeto jurássico desse? Tá na cara que é para beneficiar empresas milionárias com contratos exorbitantes”, disse outro comentário.
Apesar das críticas os telefones públicos ainda são utilizados em localidades extremamente isoladas, onde não há sinal de celular nem infraestrutura básica de internet. Contudo, mesmo esses reconhecimentos vieram acompanhados de cobranças por soluções mais modernas. “O telefone público pode até ter função em lugares distantes, mas deveria ser adaptado, integrado a novas tecnologias, com Wi-Fi, e não mantido da mesma forma há décadas”, destacou um internauta.
O fato é que iniciativa da Anatel acabou tendo efeito contrário, transformando-se em um dos assuntos mais comentados entre usuários de redes sociais. Orelhões, que já foram símbolo de comunicação no passado, agora aparecem como sinônimo de atraso em um Brasil que ainda enfrenta dificuldades para levar sinal de internet e telefonia de qualidade às áreas mais remotas.