O prefeito de Igarapé Grande (MA), João Vitor Xavier, teve sua prisão revogada após decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), sendo liberado para responder ao processo em liberdade, desde que utilize tornozeleira eletrônica e siga medidas cautelares determinadas pela Justiça. João Vitor estava detido desde 15 de julho, quando se entregou à polícia após ser acusado de matar o policial militar Geidson Thiago da Silva em Trizidela do Vale, durante uma vaquejada.
A decisão foi proferida pelo desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos e estabelece que o prefeito compareça mensalmente ao juízo para justificar suas atividades, permaneça em casa à noite e nos dias de folga, evite frequentar bares, casas de jogos e boates, mantenha distância mínima de 200 metros de testemunhas e não se ausente da Comarca de Pedreiras.
Em agosto, a defesa já havia solicitado a revogação da prisão, pedido que foi inicialmente negado. Na ocasião, a Justiça também determinou a remoção de publicações nas redes sociais do prefeito, por entender que poderiam prejudicar a dignidade da vítima e não tinham relação com o caso.
João Vitor Xavier está de licença médica do cargo de prefeito por 125 dias, mas continua recebendo salário líquido de R$ 13.256,08 durante o período, podendo retornar ao cargo a qualquer momento.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil do Maranhão. O inquérito apontou que o prefeito atirou contra o policial pelas costas durante uma confusão motivada pelo pedido do PM para reduzir a intensidade dos faróis do carro do prefeito. Geidson Thiago da Silva chegou a ser socorrido e transferido para um hospital maior, mas não resistiu aos ferimentos.
A defesa de João Vitor sustenta que ele agiu em legítima defesa, afirmando que o policial teria sacado a arma primeiro. No entanto, a investigação concluiu que os disparos atingiram a vítima pelas costas. Durante depoimento, o prefeito admitiu ter descartado a arma no local, mas ela ainda não foi encontrada. Ele afirmou também que o revólver calibre .38 usado no crime foi adquirido há dois anos como presente de um eleitor, sem registro ou autorização legal.
Imagens de câmeras de segurança do local mostram João Vitor se aproximando de um carro e pegando um objeto, seguido de deslocamento até um grupo de pessoas e posterior retorno ao veículo. As imagens ajudam a compor o cenário da ocorrência e são analisadas como parte do inquérito policial.