Cabelos e ossos são encontrados em fezes de onça que matou caseiro; material passará por análise

Um trágico ataque de uma onça-pintada que resultou na morte de um caseiro no interior do Mato Grosso do Sul ganhou um novo capítulo nesta semana. Durante o transporte do animal até o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), a onça defecou e, nas fezes, foram encontrados fragmentos de ossos e fios de cabelo. O material foi recolhido e será analisado por peritos para confirmar se pertence à vítima, Jorge Ávalo, de 60 anos.
O caso ocorreu em uma área rural da região conhecida como Touro Morto, entre os rios Miranda e Aquidauana, no coração do Pantanal sul-mato-grossense. Jorginho, como era conhecido pelos moradores, trabalhava havia mais de 20 anos na mesma fazenda, onde exercia diversas funções e era muito querido pela comunidade local.

Segundo relatos de testemunhas e familiares, no dia do ataque, o trabalhador estava próximo ao pesqueiro da propriedade buscando mel silvestre, uma atividade que realizava com frequência. Um vídeo gravado momentos antes por um cunhado mostra Jorginho brincando ao encontrar pegadas de onça na mata. Em tom bem-humorado, ele ri quando ouve: “A onça vai comer o Jorge”. Pouco tempo depois, ele seria brutalmente atacado e arrastado pelo felino.

As autoridades agora buscam compreender os motivos por trás do comportamento agressivo do animal. Uma das principais hipóteses investigadas é a escassez de alimentos na região. “Há uma clara alteração no comportamento dos grandes predadores. A falta de presas pode estar levando esses animais a se aproximarem de áreas habitadas”, declarou um porta-voz da Polícia Militar Ambiental (PMA).

Além da possibilidade de fome extrema, os investigadores também avaliam se o ataque pode ter sido motivado por um instinto defensivo ou mesmo por alterações hormonais ligadas ao período reprodutivo da espécie.

A onça capturada está sob monitoramento no Cras e, de acordo com os órgãos ambientais, não retornará ao seu habitat natural. A medida visa preservar a segurança de moradores da região e respeitar protocolos de manejo de animais considerados de alto risco.

O delegado responsável pelo caso, Luis Fernando Domingos Mesquita, reforçou que o inquérito está em andamento e que todas as provas estão sendo analisadas com cautela. “Vamos aguardar o resultado da perícia. A confirmação da origem humana dos fragmentos encontrados nas fezes poderá ser decisiva para o encerramento do caso”, afirmou.

A morte de Jorginho causou comoção no Pantanal e reacendeu o debate sobre os conflitos entre humanos e animais silvestres. Especialistas apontam que o desmatamento, as queimadas e a redução do habitat natural dos felinos estão entre os principais fatores que contribuem para esse tipo de tragédia.

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