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MP investiga venda de carne de mucura em feira de cidade no Pará

Montagem mostra à esquerda um gambá-de-orelha-preta vivo sobre galhos, e à direita um animal abatido e aberto ao meio em uma tábua com limões e pacote de sal ao fundo.

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) abriu uma investigação para apurar denúncias de comercialização ilegal de carne de animais silvestres na Feira e no Mercado Municipal de Cametá, município localizado na região do Baixo Tocantins, nordeste do estado. A apuração foi iniciada após a circulação de imagens nas redes sociais que mostravam gambás mortos dispostos sobre uma mesa, ao lado de peixes, em um ambiente aparentemente público e de comércio regular.

A suspeita é de que os animais abatidos sejam gambás-de-orelha-preta, popularmente conhecidos na região como saruê, mucura ou timbu. Além de configurar crime ambiental, a prática também representa risco sanitário à população, uma vez que a carne desses animais não possui inspeção nem controle de qualidade.

A Promotoria instaurou um Procedimento Administrativo para investigar a denúncia e notificará a Vigilância Sanitária, a Secretaria Municipal de Saúde e a Procuradoria Geral do Município para que realizem fiscalizações urgentes na feira e no mercado municipal. Segundo o MPPA, foi requisitado um prazo de 30 dias para que os órgãos responsáveis enviem relatórios detalhados sobre qualquer fiscalização já realizada, incluindo dados sobre apreensões, interdições ou sanções aplicadas nos últimos 12 meses.

A venda de carne de animais silvestres, como a mucura, sem autorização dos órgãos ambientais competentes, é considerada crime ambiental conforme a Lei nº 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), com pena que pode variar de seis meses a um ano de detenção, além de multa. A Polícia Civil informou que, até o momento, o caso não foi formalmente registrado na delegacia local, mas reforçou que a conduta é ilegal e passível de responsabilização criminal.

A imagem que motivou a investigação viralizou nas redes sociais e causou grande repercussão entre ambientalistas e defensores da causa animal. Nela, é possível ver os corpos dos gambás dispostos junto a produtos alimentícios, em total desacordo com normas sanitárias e ambientais.

O MP destacou ainda que os gambás exercem papel ecológico fundamental na natureza, contribuindo para a dispersão de sementes e o controle de insetos, sendo considerados aliados naturais na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas.

A Prefeitura de Cametá foi procurada pela imprensa, mas até o momento não se manifestou sobre o caso. A expectativa é que, após as fiscalizações, sejam tomadas medidas para coibir a venda de produtos de origem animal sem inspeção, sobretudo de espécies silvestres cuja caça é proibida.
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