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Partida de futebol é cancelada após mulheres se recusarem a jogar contra time com atleta trans

Jogadoras durante o Campeonato Amador de futebol feminino antes do cancelamento da partida.

Uma partida de futebol feminino em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, foi cancelada depois que jogadoras se recusaram a enfrentar um time que incluía uma mulher trans. O confronto estava marcado entre Leoas e Fênix, mas foi encerrado antes mesmo do início, registrando vitória automática para o Fênix.

Segundo a técnica do Leoas, Bárbara Augusta Santana, a decisão foi motivada pela falta de clareza nas regras da competição. Apenas cinco minutos antes do jogo, o organizador teria informado sobre a participação da atleta trans. Para Bárbara, essa inclusão colocou suas jogadoras em desvantagem por diferenças biológicas, sem se tratar de preconceito, mas de justiça esportiva.

“A diferença de força e velocidade entre sexos distintos gera desigualdade. Não é questão de transfobia, mas de manter a competição justa para nossas atletas”, explicou a técnica.

O Fênix FC, que inclui a mulher trans em seu elenco, divulgou nota afirmando que a jogadora possui documentos retificados, reconhecendo legalmente seu gênero. O clube destacou que respeita o direito de qualquer equipe optar por não jogar, mas considerou preconceituosa a atitude do Leoas ao oferecer uniformes a homens como protesto.

“A ação fere a dignidade da jogadora e evidencia exclusão e injúria, práticas inaceitáveis em qualquer espaço social e esportivo”, afirmou a equipe em comunicado.

O organizador do torneio, Tony Gol, explicou que ainda não existem regras específicas sobre participação de atletas trans em competições amadoras. Ele citou que o tema é debatido internacionalmente e que, em ligas profissionais, algumas já proibiram a participação de mulheres trans, mas em torneios locais a situação é mais complexa.

Segundo Tony, a atleta trans ainda não havia estreado no campeonato e faria sua primeira partida justamente contra o Leoas. Após a desistência, o time solicitou reembolso da inscrição e foi oficialmente desligado da competição.

O caso repercutiu nas redes sociais, dividindo opiniões entre quem apoiou a decisão do Leoas e quem defendeu a inclusão da atleta trans. Ambos os times divulgaram notas oficiais reforçando suas posições, ampliando o debate sobre justiça e inclusão no futebol feminino amador.

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